quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Válvulas de escape, Auto-sabotagem e as duvidas sobre si e o mundo.

O que ando fazendo com minha vida, com meu espírito, é tentar montar um quebra-cabeças de 5 trilhões de peças com apenas umas dezenas de peças; talvez nem isso, talvez só me sobre papéis picotados e coloridos, bonitos e tão falsos que me confundem, dispersam o meu jeito de caminhar confuso para qualquer droga de aluguel ou êxtase hedonista. Como podemos ver o mundo pela nossa janela estreita, sendo ele tão vasto e superior e cheio e tão simples, complexo, ordenado e belo, talvez? Como podemos ser capazes de achar que realmente nada tem sentido quando escolhemos sentar para ver na janela mais obscura e suja e caótica da vida? Simplesmente vemos sombras e silhuetas confusas e disformes e invés de culparmos nossas vistas ou nossa comodidade em não limpar as janelas, culpamos o mundo, TÃO CAÓTICO E TÃO VIL! Sendo assim, fugimos. Fugimos para qualquer lugar, para qualquer idéia, para qualquer pessoa ou coisa confortável - qualquer coisa que corresponda o que nosso coração grita desesperado e choroso: algo que almejamos, desejamos e precisamos. Pois as janelas são tão sujas... E o nosso coração se parte a qualquer movimento brusco, e nessas horas ele está estraçalhado, pois esse mundo vil não para para respirarmos, não da espaço, não compreensível e nem materno, não é?!
Mas como a natureza ou qualquer fonte de criação poderia ser uma oroboros maligna que engole tudo o que cria sem amor e respeito ao menos ao seus atos? Como pode o caos ser a Lei do Universo, ou de qualquer modo, a Lei que reina sobre nossos espíritos confusos e errantes? Se uma parcela de algo infinito é infinitamente uma parte desta, e logo contém o necessário para observarmos, como podemos então afirmar que nada tem sentido que tudo isso é uma bosta e logo tudo veio do caos e vai para o caos e permanece no caos? Que bobagem tremenda é essa que afirmamos sem ver? Que misturamos Deus com nossos desejos mesquinhos de querer fazer sexo com uma pessoa bela e gostosa, ou de exercitarmos nossa ganancia pondo como desculpa que só assim podemos praticar o bem? Sou tão confuso e abstrato assim? Sou uma pixação de protesto num muro sujo de uma rua pouco movimentada que ninguém vê? Ou eu falo algo com coerência, mas o mundo já está tão perdido em si mesmo que se tapa os ouvidos, fecha os olhos e começa a cantarolar "Lá-lá-lá, isso é mentira! lá lá lá!"?
Nos auto-sabotamos em virtude ao falado e àquilo que é aceito como bom e correto. Quando nos tornamos robôs julgadores dos espíritos subversivos que só querem a mudança; e a mudança nesse caso seria despertar um pouco para a realidade, que tudo está errado e NINGUÉM ESTÁ FAZENDO A SUA PARTE.
Eu não entendo e miseravelmente eu fico a falar e discutir e gastar meu tempo, perder meu rumo e esquecer de mim mesmo. Me auto-saboto em virtude dos outros, e poucos ligam, poucos ao menos dizem: eu num quero sua compaixão e sua companhia!
- Mas, também, do que adiantaria falar isso para mim, um cabeça-dura? -

... E não basta tudo isso. Vejo ainda as pessoas jogarem os seus corações no lixo e abraçarem mentiras confortáveis e adentrarem em universos pessoais só para não se machucarem com a verdade. Vejo pessoas que usam drogas loucamente, que desesperadamente buscam em alguém e no sexo uma resposta, que tentam formar uma ideologia inovadora e carregar uma bandeira para ser louvados dentre algumas décadas como revolucionário. Vejo olhos que querem chorar, mas só demonstram raiva, expressões orgulhosas quando querem é comemorar e dançar na chuva com os amigos, voltar a ser criança! Vejo imposições e pensamentos aleatórios que só visam seja pelo orgulho, ego e avareza o "vencer", mas não passam de chacais mortos de fome desesperados por qualquer carne pútrida.
No final, não sei o que mais vejo. Talvez, eu esteja sendo carregado pela mesma maré que o mundo, talvez eu já me afoguei e só esteja nadando contra essa maré em sonhos... Que, talvez, todas essas minhas palavras corroborem para aquilo que vou contra. E quanto mais falo nelas, mais reforço o caos, a vileza e tudo aquilo que para mim é doente!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

intermitências de relações ou fatalismos exacerbados?

Uma coisa anda me corroendo ao mesmo tempo que me alivia: a perda, a desvinculação e a incompreensão das coisas da vida. É difícil entender. Seja pela dor que, ao contrário do que dizem, é fácil sentir, seja pela raiva e medo que aparecem de repente; o espaço interno das nossas idéias e das nossas opiniões quando é "invadido" faz com que nos defendamos irracionalmente - no caso, a razão se torna uma pseudo-razão que afunda no EGO e no ORGULHO. Eis quando, ao encontrar quem entende o que digo, me faz perceber logo que esta(s) pessoa(s) não são as que necessitam ouvir e compreender (deve ser todas as fases quiméricas pelas quais passamos, que crescem em desarmonia e assim vão: quando um gênio de tão gênio acarreta vários problemas psicológicos e sociais, sua genialidade o reprime - o mesmo para a imbecilidade, ignorância e incompreensão dos fatos; são os opostos).

Então seria apenas uma pausa dramática necessária para a evolução pessoal ou algo como separar os componentes que não possuem uma ligação real, somente momentânea? Isso, na minha opinião, não é quantificável, logo é algo único e complexo em si, que deve ser cavado e estudado mais a fundo. (não sei se é atrevimento eu fazer essa comparação: o nascimento de uma fruta qualquer não possui uma formula exata para especificar tamanho, peso, medida, doçura e coloração, mas através de estudos mais complexos e incisivos você consegue compreender como é que funciona o nascimento e até fazer uma previsão sobre essas caracteristicas, ou seja, ficar olhando para uma árvore superficialmente não lhe dirá quantos frutos ela dará e como serão.)

Então como seria possível "quantificar" o relacionamento humano? Será que estamos aqui só com esperanças tão humanas e fadadas ao erro de que realmente somos entrópicos, uma anomalia do universo com sentimentos e pensamentos ambíguos que esquecemos a possibilidade de isso tudo ser algo muito bem programado? Talvez por vários processos, poderia citar uns... desde místicos até científicos, mas aonde isso levaria?

Nós vemos de um ponto de vista, e todos nós vemos de um certo ponto de vista, e isso não mudará do jeito que vamos levando as coisas: de forma tão mesquinha e unilateral, não buscamos um aumento da percepção, um aumento da compreensão, não buscamos um real conhecimento, é sempre algo belo, mas impuro, cheio de ornamentos desnecessários e ridículos. Não falo de perfeição, mesmo porque já considero que tudo possui sua perfeição, o problema está na conceituação acerca da perfeição. Mas, então, se buscássemos algo realmente científico e não pessoal, egoísta e interesseiro, talvez, e somente talvez, haveria crescimento em várias partes de maneira exponencial e harmoniosa. [a minha visão de ciência é mais vasta e menos corrupta e auto-afirmativa, que destrói aquilo que não lhe convém por ela mesma não ter métodos realmente eficazes de comprovar e reproduzir coisas mais além; mas isso, também, como tudo isso que eu disso e digo até agora, é só pura opinião]

O problema é que só vejo interesse em que sapatos comprar, que passeio iremos dar no FDS ou em que merda gastar o dinheiro economizado de um trabalho ridículo para cumprir com um sistema ridículo. Não gostamos do jeito que as coisas estão, mas insistimos em afirmar a loucura e o caos do mundo, e adoramos refocilar na ignorância. Finalmente, saímos de Lugar Nenhum, andamos por Lugar Qualquer e morremos no Limbo.

Parabéns a humanidade e todo o resto, PARABÉNS!