segunda-feira, 14 de junho de 2010

Meu novo blog. http://bodhati.blogspot.com/ Será lá que irei postar os novos textos.
Abraços!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Reflexão: Justiça e Vingança ou A linha que pode nos separar um ciclo vicioso.

Enquanto nós nos fechamos em nossos mundos da maneira egoísta, vendo só nosso lado... Enquanto isso, o mundo segue adiante. E enquanto que nada de ruim dele interfira na nossa vida, nos dê um soco na cara e nos mostre a realidade, agimos de acordo com ele. Achamos que abraçar ideologias ajudará em algo, ou que pensar e criticar também será os caminhos mais sábios. Mas quem realmente sabe?
Imagine que decisão racional tomar num momento que você tem uma arma, está num local com um assassino frio que matou "em prol de uma vingança fútil sua" várias pessoas inocentes. O que você faria? Essa é a pergunta clássica. O Mataria? O torturaria? Faria o terror psicológico?... Ou deixaria que a justiça cuidasse dele? Quando colocamos no âmbito pessoal, mesmo com toda nossa moral introjetada, a última opção é, justamente, a última opção a se pensar. Pior ainda se dentre essas pessoas inocentes estivesse um ente querido. Mas por quê?
A justiça busca encontrar, na teoria, uma igualdade para todos, em que o criminoso não saia impune e que ele pague pelo crime que cometeu. Mas então a justiça, falha, corrupta e toda cheia de brechas, alivia para que pessoas realmente más - sim, faço um grande juízo de valor; aqui quem fala é alguém que enquanto descrê em qualquer supraterreno, crê na possibilidade da virtude e de um caminho certo, matar, roubar, causar dor ao outro, não é um caminho certo.
Logo, o lema "olho por olho, dente por dente" torna-se um guia de justiça, justiça com as próprias mãos. Mas nesse "olho por olho", nessa "justiça" (que torna-se vingança) nunca quem a pensa, a cogita está totalmente racional, não que isso seja possível, mas o emocional está abalado, toda uma estrutura pessoal foi destruída. "Olho por olho", até quando? Quando é que alguém que busca vingança saberá ter "equilibrado a balança? O "olho por olho" pode tornar-se "olho por olho, nariz, dentes da boca, orelhas...", pode tomar proporções irreversíveis!
E depois faz-se vingança aqui, algum outro lado pode querer fazer uma contra-vingança, e assim, tudo perderá seu controle. A justiça? Ela é falha, mas a vingança também - e nisso não sei qual pode ser mais falha do que a outra.
A proporção que as coisas podem tomar, só pelo fato de que nós achemos que estamos certos em agir de acordo com uma vingança... Não parece ser válido, é trocar sangue por sangue, é aumentar mais e mais a dor de todos os lados. A justiça pode ser ruim, mas ai que está o problema inicial, não é ela que é ruim, mas nós que não fazemos e buscamos fazer dela algo melhor. Deixamos poucos assumirem muito, nada para mudar isso... A injustiça já está inserida nos palácios que dizem fazer justiça. E disso posso passar horas falando! Mas, afinal, não buscamos uma Justiça justa agora, só quando - que isso não nos ocorra - precisamos recorrer a ela, e quando precisamos vemos que ela é falha, nos arrependemos. Nasce a justiça com as próprias mãos! Não há justiça agora porque ninguém se importa com ela enquanto não necessita dela!
O que somos nós, afinal? Egoístas inértes em nossa mediocridade, nada fazemos, em nada agimos... A nenhuma solução recorremos! Quando acontecer algo realmente ruim, será o momento de recorrer a essa justiça própria, a esse caminho sem volta... Olho por olho, por dente, por orelha... Vamos parar e pensar. Vingança? Obra de desesperados. Justiça? Obra a ser montada, remontada, criticada. Nunca será perfeita, mas pode ser melhor!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Os bons e velhos discursos...

Nós erramos. Nós nos perdemos nos erros, muitos erros, muita confusão... mas, afinal, buscamos nossa consciência. Nós erramos, sim, todos erram. Nós erramos mais em continuar a falar dos erros, a tratá-los como crises profundas e sem soluções. Crises que estariam mergulhando em abismos de problemas, de falta de rumo. Direto ao nada.
Eis que buscamos a consciência, enfrentar tudo isso. Tentar se esvaziar de tudo isso, por uma pedra em cima. Logo, esse caminho de ignorância(de ignorar) mostrou-se falho, mostrou-se incompleto. Erramos novamente? Enfim, a dor, a falta de esperança... Puxa, quanta coisa que nem da pra qualificar. Pareceu-nos um montante de coisas impossíveis de solucionar. Eis que um ato virtuoso, um ato bom: demos nossas caras a tapa. Abrimos os braços, deixamos o peito firme, talvez gritamos, talvez rimos, chamamos atenção para que todos os socos, flechas, pultapés, todas as blasfêmias viessem até nós.
E esse vazio... Essas dores... Essas incongruencias... Tudo isso tão forte e tão presente, tornou-se nosso repertório de dor e tristeza... Ou nem isso, de vacuidade... do vácuo.
As porradas inevitáveis vieram, como todas de uma vez ou em camera lenta ou por todos os lados. Como era esperado (ou não) sangramos mais, nos machucamos mais do que era possível... Talvez nesse instante, tudo estaria solucionado: com nós acabamos.
Mas a consciência, essa(s) vozinha(s) insistentes e salvadoras, falaram calmamente: "Isso não é você!", "Você não pode ser tão fraco assim", "Deixe tudo isso de lado, levante-se e enfrente!"... Uma porção de clareza, uma porção de alivio, uma porção de vontade de querer voltar a respirar, TER QUE VIVER. Tudo volta ao que era antes? Talvez não, mas devemos fazer as coisas tornarem-se melhor.
Enfim, agora vejo: Os bons e velhos discursos que insistem em se repetir não são para os que estão sofrendo, estão no fundo do poço ou que não aguentam mais a tudo, esses discursos são para os que estão assim e querem enfrentar a tudo isso... DE VERDADE!
... Que eu tenha forças para caminhar sempre com essa vontade.

(Os aprendizados? Cada um sempre tira o seu. Cada um tem que buscar o seu... Afinal, a vida sempre me pareceu uma coisa cheio de lições, mas pouca insistência para aqueles que não querem aprender...)

sábado, 15 de maio de 2010

Aqui no meu quarto, esperando nada de nada, que o Nada Supremo tome conta de todos os espaços que olho e simplesmente sobre nada. Hahaha! Que discurso sem valor. Tenho algo para fazer - essa noite -, mas todo e qualquer tesão em fazer desapareceu. Já dizia Bukowski - algo mais ou menos assim: - "Não odeio as pessoas, mas prefiro quando elas não estão por perto." hahaha. Por ai, por ai...Pelo menos hoje, pelo menos agora.

O banho é o segredo disso tudo. Momento em que, após ele, ou eu ponho a roupa de sair ou o pijama. Decisão cruel, crudelissíma e mágica.

um sistema, automato.

3 horas e meia de sono diário, as vezes umas 4 horas. Isso acaba com qualquer saúde. Alimentação saudável, exercícios diários, manutenção mental? Enfim, todas essas coisas "saudáveis" não adiantavam com horas de sono tão ruins. E ele, pensando nisso, já acordado olhando em torpor para o celular, esperando-o tocar com seu alarma para despertar, ficou aliviado quando finalmente ouviu o som irritante que aumentava a cada segundo, tornando-se mais irritante. Por fim, quando já estava suficientemente barulhento desligou-o e continuo deitado, virando-se para o teto... E perguntou: "Deus, o que mais hoje?"
Levantar, calçar os chinelos, espriguiçar-se, mijada matinal, por um blusão por cima do pijama - era frio -, lavar o rosto, ir para a cozinha, encher o estômago com qualquer coisa, tomar suas vitaminas, segunda mijada matinal, o resto d'água na garrafa que deixa no quarto de madrugada, escovar os dentes, tomar banho, se secar rapidamente, vestir-se rapidamente, praguejar a natureza pelo frio - primeiras palavras do dia -, calçar os sapatos, ir na cozinha, pegar qualquer coisa para levar para comer, tomar outro copo d'água, ver se precisa ajudar alguém em alguma coisa: recolher a merda da cachorra, levar o lixo na porta, estender a roupa, enfim... Pegar a chave, arrumar a mochila, carteira no bolso esquerdo da calça, celular no bolso direito da calça, trocar de óculos: normal de grau pelo de sol de grau, pegar tudo que precisar, sair pela porta e... Enfim.
Quase tudo sistematicamente normal e cotidiano, as vezes umas mudanças, não era tão neurótico ou possui algum Transtorno Obsessivo Compulsivo, não! Era só organização necessária de uma mente bagunçada. Então ai as pessoas se tornam diferentes, vistas de perto a "organizada" é somente "esquecida" ao ponto de criar uma metodologia estática diária. Talvez a organizada seja tão organizada que faça isso tudo sem precisar lembrar mentalmente todos os passos. Simplesmente os efetua de maneira natural...
Ele? Uma bagunça do caralho. Só existindo um Ser infinito de potência para operar um milagre na vida deste homem. ha, ha, ha!
Ele ficava com uma bagunça do cacete caso estivesse com uma ferida no dedão do pé, todo o sistema caía quando tentado ser adaptado, ou quando o chuveiro estivesse com problema. Eu citei as atividades sem detalhes, pois, para tomar banho, por exemplo, no frio é preciso toda uma técnica para não ficar sofrendo choques-térmicos constantes. Nem vale a pena explicar.
Enquanto caminhava para ir pegar o ônibus, checava se tudo estava certo mentalmente. Vai saber. Se o Sistema é falho, imagina seu sistema... Tudo ok? Segundo passo: caminho para faculdade.
Subir a rua, esperar o ônibus, pegar ele, para passar o cartão: segurar-se nos ferros com a mão direita passar o bilhete com a mão esquerda, guardar a carteira, passar a catraca, olhar por um rosto conhecido, depois por um assento vazio, depois por um assento com companhia de alguma moça bonita, se não, senhora, se não, alguém que seja "mais normal"...Ai sentar... E começa um "novo ciclo"...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Musa.

Aquela garota-mulher, pequena, com olhos vivos e brilhantes, um sorriso vivaz e enigmático – no final, poderia ser simplesmente um sorriso sincero... sorrisos sinceros tendem a ser enigmáticos –, ela o instigou. Ele ficou tentando, pelas beiradas, descobrir como alcançá-la. Timidamente e erradamente ele puxou uma vez um assunto qualquer, depois ficou trocando olhares. Maldito ônibus lotado.

Agora, no presente, ele a via rodeado de estranhos. Queria ele saber: quem é ela? Depois da resposta dessa pergunta tudo poderia estragar, pois, minutos depois ele num conversa com um colega dessa garota falou: são as dúvidas que dão graça a vida e não as certezas. E assim, mesmo depois da tentativa de conversar com ela, de se aproximar dela... Enfim, não deu. Descobriu ao menos o curso que ela fazia e o ano em que estava.

Toda essa vida sempre em busca de conhecer as coisas, mas não para fundar uma verdade. Ele percebia isso agora: sempre foi conhecer despretensiosamente, para depois esquecer, mudar de idéia, montar novas idéias. O compromisso com qualquer filosofia sempre foi próximo ao nulo: ele gostava de crer e descrer em tudo e nada. Aceitando toda e qualquer solução para o momento que parecesse viável ou divertida ou sincera...

Aquela moça, sem nome por hora, dos olhos claros, cabelos lisos e castanhos e com o seu sorriso singular mexia com os pensamentos dele em todas as viagens que se encontravam. Tornou-se um hobbie, descobrir as coisas dela. Características, gostos, nome etc. Ele sempre teve musas às quais ele dedicava seus pensamentos que os encontros duravam as viagens nos ônibus. Era seu modo de brincar em conhecer as mulheres, seu joguete descompromissado em busca de coisa alguma. Ora buscava pensar qual era a cor ou cores favoritas dela, ora imaginava que tipo de música ouvia, ora os pensamentos tornavam-se mais picantes: que tipo de lingerie ela usava, quais posições na cama ela fazia, se tinha muita ou pouca experiência... Se, era católica, espírita, protestante, umbandista, agnóstica ou atéia... Se, tinha fantasias com chicote e velas ou com champanhe e jantar romântico... Se, lia poesia, auto-ajuda ou best-sellers... Se ela já havia notado ele, e em conjunto seus olhares. Era o misto de querer tudo e não querer nada.

Afinal, os olhares e toda e qualquer expectativa acabariam um dia. Dissolveria todo esse joguete quando ele visse ela acompanhada de um “estranho”, ou com o caminhar torto de que está alcoolizada e/ou drogada, enfim. Tudo era questão de ponto de vista. Suas musas? Elas tinham que ser perfeitas o quanto fosse possível.

Ostracismo e Vacuidade...

Nas relações humanas o mais difícil de tudo é conceituar quem é isso ou aquilo, qual ato é péssimo ou não, virtuoso ou não... O que fazer em relação as coisas absurdas. Enfim, o ser humano é absurdo e caótico. Ser racional nessa macro-esfera que é a sociedade é pedir para cada vez adentar, em fuga, em qualquer nicho vazio e solitário. Ser racional é ser visto com olhares que contemplam o absurdo. Então, como fuga, ajo de algumas maneiras caóticas, irracionais; faço disso uma camuflagem, uma fantasia que visto todos os dias: de humano, caótico. Lanço julgamentos clássicos e análises batidas só para ver a reação. Olho para as pessoas e constato sempre poucas e mesmas coisas: tudo é de um jeito tão simples que se torna complicado, tudo e todos fazendo parte de um teatro criado, de uma tendência movida para um status quase inegável de não ser perseguido.
Mas no final, perdidos em vielas sujas e mal-cheirosas, em apartamentos minúsculos e com persianas escuras, em templos budistas e retiros espirituais, em manicômios e casas de repouso, vejo pessoas que estão sendo expelidas por essa sociedade que criou anti-corpos contra aqueles que vão contra as regras. Não ponho aqui os "ideologistas" que carregam bandeiras vestindo-se e ouvindo músicas "de protesto" e que acham que isso nega a sociedade, ou aqueles catedráticos em torres de marfim que, através de sistemas lógicos e/ou análiticos, criam soluções para o mundo, e dentre tantas outras figuras, esses são os que afirmam a sociedade como ela é em todo o caos e desordem e manipulação e condicionamento. Enfim!

Negar é o silêncio, quase que afasia por não digerir mais nada, e não ver mais sentido nas palavras, nos discursos, nos diálogos. Essas minhas palavras? São só o paradoxo afirmando tudo isso, tudo um quinhão que pertence, parcialmente, a todos que vivem inseridos no inexplicável. Queria eu ter a coragem desta "margem" - como dizem - e não ter mais vínculos desnecessários alguns, dedicando-me ao simples neo-ostracismo: já que não podemos aplicar aos nossos políticos o ostracismo dos gregos antigos, apliquemos sobre nós, então, o auto-ostracismo: em benefício a mim mesmo decidamos nos excluir. HAHAHA.

O Silêncio: arte mais nobre tão negada e marginalizada, a arte das artes em toda sua pureza.