Imagine que decisão racional tomar num momento que você tem uma arma, está num local com um assassino frio que matou "em prol de uma vingança fútil sua" várias pessoas inocentes. O que você faria? Essa é a pergunta clássica. O Mataria? O torturaria? Faria o terror psicológico?... Ou deixaria que a justiça cuidasse dele? Quando colocamos no âmbito pessoal, mesmo com toda nossa moral introjetada, a última opção é, justamente, a última opção a se pensar. Pior ainda se dentre essas pessoas inocentes estivesse um ente querido. Mas por quê?
A justiça busca encontrar, na teoria, uma igualdade para todos, em que o criminoso não saia impune e que ele pague pelo crime que cometeu. Mas então a justiça, falha, corrupta e toda cheia de brechas, alivia para que pessoas realmente más - sim, faço um grande juízo de valor; aqui quem fala é alguém que enquanto descrê em qualquer supraterreno, crê na possibilidade da virtude e de um caminho certo, matar, roubar, causar dor ao outro, não é um caminho certo.
Logo, o lema "olho por olho, dente por dente" torna-se um guia de justiça, justiça com as próprias mãos. Mas nesse "olho por olho", nessa "justiça" (que torna-se vingança) nunca quem a pensa, a cogita está totalmente racional, não que isso seja possível, mas o emocional está abalado, toda uma estrutura pessoal foi destruída. "Olho por olho", até quando? Quando é que alguém que busca vingança saberá ter "equilibrado a balança? O "olho por olho" pode tornar-se "olho por olho, nariz, dentes da boca, orelhas...", pode tomar proporções irreversíveis!
E depois faz-se vingança aqui, algum outro lado pode querer fazer uma contra-vingança, e assim, tudo perderá seu controle. A justiça? Ela é falha, mas a vingança também - e nisso não sei qual pode ser mais falha do que a outra.
A proporção que as coisas podem tomar, só pelo fato de que nós achemos que estamos certos em agir de acordo com uma vingança... Não parece ser válido, é trocar sangue por sangue, é aumentar mais e mais a dor de todos os lados. A justiça pode ser ruim, mas ai que está o problema inicial, não é ela que é ruim, mas nós que não fazemos e buscamos fazer dela algo melhor. Deixamos poucos assumirem muito, nada para mudar isso... A injustiça já está inserida nos palácios que dizem fazer justiça. E disso posso passar horas falando! Mas, afinal, não buscamos uma Justiça justa agora, só quando - que isso não nos ocorra - precisamos recorrer a ela, e quando precisamos vemos que ela é falha, nos arrependemos. Nasce a justiça com as próprias mãos! Não há justiça agora porque ninguém se importa com ela enquanto não necessita dela!
O que somos nós, afinal? Egoístas inértes em nossa mediocridade, nada fazemos, em nada agimos... A nenhuma solução recorremos! Quando acontecer algo realmente ruim, será o momento de recorrer a essa justiça própria, a esse caminho sem volta... Olho por olho, por dente, por orelha... Vamos parar e pensar. Vingança? Obra de desesperados. Justiça? Obra a ser montada, remontada, criticada. Nunca será perfeita, mas pode ser melhor!