quarta-feira, 29 de julho de 2009

Golmniq Respc Vadut



"

I.

Durmo 5h.
Acordo meio-dia.
Lembro de sonhos.
Quero esquecer deles.
Já dizia alguns poetas:
Devemos rimar!
Já grito eu sem som:
Vão se lascar!

Outrora sabia muito o que dizer
Hoje só preciso de um porquê.

Já rabisquei muitos cadernos,
Já rasguei boa parte dos papéis...
Mas percebi que os pensamentos são eternos,
e minhas dores e sentimentos, fiéis.

Permaneço fechado no meu quarto,
Permaneço no meu mundo fechado.
Escrevo, mas quero gritar...
Quando grito, quero escrever.

II.

Essas histórias-ilusões
Pertencem a mim, e me fogem
Não pertencem a ninguém...
De quem?
De quem pertenceriam se pudessem
ser lidas, vividas, morridas...esquecidas?
Ninguém pertence a história,
Como ela não pertence a ninguém.

Arfe como um cão sedento.

Seu lado humano lhe prende
A razão segura nossos pés.
Areia movediça da certeza.
Que queres, homens da terra,
a não ser enriquecer e ganhar?

Galopem em seus cavalos verdes sangrentos.
Mas não esqueçam de seus irmãos...
Mergulhem na luxuria e na ordem provisória,
mas não me perturbem com seu palavrear.

Pois, sou e não sou daqui.
Amo e odeio a tudo.
Grito e calo, choro e rio!
Mas só sou escravo de mim
E da existência...
...Enquanto mais sábia é!


III.

"Justiça vertiginosa, és tu quem reges, aqui?", gritaste pobre homem enquanto que a morte chegou, velada em sua forma humana, sob o templo da guerra, disse:"Sou só a justiça de quem me concede oferendas e sacrifícios, mas sou a morte e a dor, a fome e a doença para quem não segue meus planos... Por que perguntas, homem que já vai para além, se nada resolverá eu responder ou não quem sou, pois meu trabalho aqui já está feito contigo...", o homem tentou se arrastar um pouco mais próximo da escadaria em vão, só arrastava pó em suas braçadas fracas, pó dos mortos incinerados. Desistiu e enfim falou:"Eu sou só mais um com dúvidas do que vem, pois, mesmo diante dos portões de Hades, após anos de busca e incertezas no querer saber o que realmente tem ou deixa de ter, hesito. Hesito, pois, ainda sou humano, Besta do Caos!".
Silêncio, só o vento mexia nos cabelos e vestes do homem, a criatura permanecia estática e quando falava parecia só mexer os lábios, seus olhos vendados não transmitiam certeza das palavras dela, suas vestes e cabelo pareciam ser movidos por um vento próprio, suas vestes... Mortalhas vivas sem consciência. Por fim disse, "Não sou Besta do Caos, sou nascida e bem criada dos desejos de seus irmãos, da ordem e da justiça! Mas como toda criança que nasce, cresce e aprende, aprendi com os erros de meus criadores, que vocês todos não merecem nada do que tem. Sirvo a Ordem e nada mais, criatura humana. Já fui muito complacente com seus pecados e tresvários!", o tom se alterava de neutralidade inumana para uma voz tremula e emotiva.
"Não quebre o pacto que fizeste com a Luz da Razão, Você que Não Vê, mas Sente! Tu serves a falsa Ordem, dos falsos profetas não-humanos, línguas de cobra eles tem, veneno traiçoeiro eles tem, astúcia maligna e falsa benevolência! Achei que era mais sábia e capaz de usar todo acesso a Luz da Razão que tem. Mas, nego tudo que pensei, mudo pelo desagrado e pela ânsia que sinto agora!", falou o homem, já com tanto do seu próprio sangue a sua volta que só a fé explica como tal proeza é feita sem que ele ainda perdesse a consciência e a vida! Chorava muito, falava embasbacado. Ele que tanto lutou, estava lá, diante de um destino reservado aos mortos. Não chorava por medo, não chorava por pena de si, de não ter feito tudo que era necessário, chorava de raiva, de incredulidade do que via.
Agora, começara a trovoar, não sabia o homem se a criatura podia também intervir no controle do tempo por suas emoções, ou se a natureza assim queria seu funeral; provavelmente não saberia nunca disso.
Começou a falar a Justiça, a Morte, a Criatura da Desordem - seja lá quem fosse agora, não sabia mais o que a Justiça tinha se tornado. - "O que diz você, que estou não só cega, mas surda? Que não sei mais fazer para o que fui criada: julgar? Como és capaz de me dizer quem és bom ou ruim?"
O homem começou a falar o que poderiam ser suas ultimas palavras: "Digo tudo isso porque até a você, meu último recurso, os lagartos venenosos corromperam. Você era pura em sua essência, não era humana, por isso era tão pura! Não que nós humanos sejamos impuros, mas somos corruptíveis. Agora, até você e seus irmãos são suscetíveis a corrupção. Minhas esperanças se esvaíram, como o sangue que verte fora de meu corpo regando essa campina da morte. Não sei como isso ocorreu, mas meu espírito chora por isso. Seu coração ao se encher de ódio se desviou do seu caminho sublime: julgar sem medir! és agora uma pária, vingadora sem medidas... Justiça, a muito você abandonou seu nome e seu intento. Vi, lutei, perdi... Já sou um derrotado e não posso mais lutar, não posso mais fazer muito pelo nosso mundo e meus irmãos. Mas, suplico em nome de meus antepassados e daqueles que viveram e morreram ao meu lado, não se leve pela emoção humana que você tem agora, ela é cega e não sente a verdade e mentira! Você era cega, mas seus sentidos eram mais aguçados que o faro de mil cães e a sabedoria de uma legião de sábios humanos. Agora está mais humana e mais fraca, sua força se perde a cada vez que levanta a espada para um alguém ainda inocente que poderia ser mudado nas próximas vidas, sua balança agora pesa mais para um lado sombrio.
"Trevas e luz são só dois lados de uma mesma moeda, o bem e o mal coexistem, eterna mudança e roda da vida! Não quero dizer que toda minha vida foi boa ou ruim, tentei viver em pleno equilíbrio, pois saberia que essa seria minha prova de que minhas palavras são verdadeiras no dia que te encontrasse, mas sei que deveria, então, ter pendido para o lado sombrio, só assim me ouviria. Minha espada é a palavra que digo e sei que agora a ferem profundamente, criatura, tu não serves ao caos, mas a desordem, o caos é sábio em sua essência, a desordem, um organismo irracional e não intuitivo que tende a inanição e fracasso. A Ordem, é misteriosa e provavelmente se vela, pois é parte do caos primordial. Você é só uma criatura confusa e fraca!
Deixo em suas mãos a culpa de minha morte e do fracasso de minha empreitada, se ainda há sabedoria que pinga em seu Ser, ouça o que digo!"
O guerreiro finalmente se entregou aos braços da Morte, finalmente encontrou um descanso, mesmo querendo ainda lutar muito.
A Justiça a cada palavra que ouvia sentia-se mais fraca e começou a perder o equilíbrio até cair de joelhos sobre um degrau, junto com as primeiras gotas de chuva, suas lágrimas. Toda a sua essência agora estava surrada pelas palavras de um mero guerreiro, mas que dizia verdade e era sincero em cada palavra. Ela não sabia o que fazer, mas já sabia o que devia não fazer.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Acho que hoje todas energias teluricas da casa ficaram em mim. Alias, as mais fortes, do canto. Agora minha cama fica num dos "cantos" da casa. Isso é preocupante energéticamente.
Bom esquece!

Hoje meus sonhos foram intrigantes e durmi muito hoje. Não sei muito sobre o que escrever. Abraços. Qualquer coisa edito algo sobre esse post.


[depois da pausa monocromática...]

Fui pegar agora algo pra comer, pois estava com fome, peguei uma pêra!
Frase comum, não? E até besta, não? Se vou pegar algo pra comer é porque estou com fome... Certo?
Sim, ok!
Agora, penso, por que sentimos fome? Eu sei que há uma explicação toda por trás disso, psico-fisica-química-bla-bla-bla. Por que sentimentos desejos? Repugnância de algo?Já falando de uma coisa biológica é porque ocorre todo um processo que nem tenciono em explicar, pois sei que na metade do caminho vou errar e falar merda.
Então, na psicologia também tem uma explicação...

Mas e se todos nossos atos, desde os mais primitivos até os mais aperfeiçoados são somente, e simplesmente "somente", condicionamento e programações? Ok, nenhum novidade aqui também, há várias teorias... Mas eu me vejo simplesmente como um homem, alias, uma pessoa programada, dentre de seus programas um maior é ser uma figura masculina, ok, isso é algo explicado pelo físico, nasci como homem. Mas ainda irei ousar ir além desse ponto, não ainda, mas futuramente. Para mim sou um programado, e um programa principal é o de pensar, pensamentos inclusive negando que sou programado, porque a razão, as provas, a ciencia vai contra tudo isso. E viva! Somos dependentes disso: de provas!
Deixa eu parar por aqui, se não começo a ficar mais chato...

domingo, 26 de julho de 2009

sei lá.

Quando alguém me diz que "conhece tal pessoa" fico pensando, O que é conhecer alguém? Conhecer(latim:cognosco, grego:γνωρίζω) é tanto conhecer, mesmo, como reconhecer. Também é compreender, saber sentido, saber; este ultimo é muito importante, pois é o saber daquilo além do visível. Quando conhecemos ficamos só no superficial, principalmente hoje em dia. Sabemos os gostos, os gestos, as opiniões, etc. Tudo isso é superficial, aquilo que mais pode ser superficial. A opinião é superficial, pois ela não consegue ser um fim, e sim só uma leitura da profundeza pela superfície.
Pode se conviver anos com alguém e nem ao menos conhecer. E mesmo mantendo diálogos, trocas de ideias e tudo mais, ainda assim pode não ter o conhecimento. Conhecimento: o resultado do Conhecer.
Pros gregos antigos(to 'saudosista' hoje, hahaha), principalmente os platónicos, o conhecer é algo além de opiniões, além do sensível. Conhecer é a cognoscibilidade em ato, ir ao mundo inteligível por essa porta. Ok, chega de copiar e colar as informações que aprendi.
Agora vejo a parte interessante, todos nós não conhecemos ninguém, porque não nos deixamos ser conhecidos. Mascaras! Carapaças! Armaduras! Vivemos cheio delas. Está mais para uma conversa agora entre filosofia e psicologia.

A Palavra que usamos para dar conhecimento e tentar fazer os outros conhecer o que conhecemos(hahaha) é falível. Aliás, tudo pode ter uma forma em ser falível ao ser passado de um ponto ao outro. Esse é o conceito de entropia que ocorre na física, que é a deriva de tudo a algum caos que for, a alguma entropia. E enquanto eu escrevo, quanto mais eu falo, mas essas palavras passam pela entropia e caem no provável fracasso. A palavra serve de condutor, de caminho para transferencia de informações e conhecimento, mas como na física, ocorre a perda de energia no processo, é visível na convivência do ser humano essa perda de informações e conhecimento no processo de passagem.
Aparentemente, é um fim em si mesmo isso; explicar algo que explica o como não é possível se explicar nada. Mas ainda há algo faltando... só não sei o que é.

First comes smiles, then lies. Last is gunfire.

Olá, 'pessoinhas'! Enquanto o Palmeiras ganhou e me deixou feliz, não sou fanático, mas um clássico como PalmeirasXCorinthians é algo merecedor de comemoração \o/. Mas foda-se isso! Só serve para afastar o meu estado de "sei lá...".
Eu sou um usuário de mascaras. Me sinto como um nadador contra a correnteza, um homem cheio de ideais, maiores do que qualquer épico. Por isso Deus me conceda a serenidade para aceitar o que não poço mudar, a tenacidade para mudar o que poço e a boa sorte para não fuder tudo com muita frequência. Porque tenho tendencia de fuder com tudo, até no ato do não fazer... E minhas mascaras escondem tudo, pra que perder tempo relatando? ok...
As pessoas em suma são cuzonas. Então me incluo nisso... Beijando o cu de anjos, ajoelhando aos pés de Deus acho que por esse final sou digno de benção do Universo. hahaha. Não é o fim, mas o caminho, o Tao. Pronto faça um bom caminho, ande por toda essa bosta caótica e você pode no final morrer da forma mais sem-graça, que importa? Importa algo? Importa o final, importa objetivar? Não tou pra falar nada aqui, só cuspir um pouco de palavras...

"Você não precisa morrer feliz quando seu dia chegar, mas deve morrer em paz consigo mesmo, achando, ou melhor, sabendo que viveu sua vida do início ao fim e que a vontade do Ka foi servida." Torre Negra, SK

"São as implacáveis pessoas que orientadas para objetivos claros e sempre incapazes de perceber que a felicidade está antes na jornada do que no destino, por mais que isto já lhes tenha sido provado.
São os infelizes que ainda fazem uma tremenda confusão entre o ato amoroso e o esguicho insignificante que acontece quando o ato chega ao fim (o orgasmo, a final, é o meio de Deus nos dizer que acabamos, pelo menos por ora, e devemos dormir.)" Stephen King

Ah! Sei lá(depois de "...ou não!", "ah! sei lá" é o que eu tenho mais falado). Tchau.

sábado, 25 de julho de 2009

Escrever...

Já dediquei muitos poemas, textos, versos para o ato de escrever... Este aqui pode ser só mais um, ou não.

Escrever já deixou a muito de ser para poucos, deixou de ser ato que qualifica alguém - mesmo que escrever bem ainda deveria qualificar -, escrever é ou não é uma arte, é ou não é um caminhar em direção a algo. Pode ser sobre as dúvidas ou esclarecimentos, isso todos sabemos.
Mas pela escrita e pelo falar você expressa diretamente de sua mente, pelas palavras em som e ao tocar os ouvidos de quem ouve provoca pelas ondas sonoras uma transformação feita pelo mecanismo auditivo e toda sua parafernalha de 'orgãoszinhos' em impulsos elétricos que são esses as mensagens que vão para nosso cérebro, interpretando-as. Bom, posso falar também sobre uma explicação cientifica como o cérebro interpreta e atua na escrita, mas essa não é a intenção aqui.
Escrever, falar, ouvir e ler são quatro coisas que levam em si signos representativos de maneira explicita, os signos mais usados por nós a séculos(quiçá milénios): as palavras, o alfabeto e o idioma.
Muitos cientistas, filósofos, sociólogos, antropólogos, psicólogos, políticos retóricos, vendedores de feira, escritores, jornalistas, crianças, entre uma porrada de pessoas usam e abusam desses signos, nem sempre conscientes de toda a técnica e ciência por trás, mas visivelmente experientes através da empiria.
[pausa para o almoço... Eu sei, de novo, mas é o que dá acordar tarde e começar a escrever tarde, hahaha]
E hoje tudo isso é ... puts... almoçar é perder o fio da meada. hahaha
Eu falei durante o almoço num dos princípios da filosofia, o principio de contradição. é baseado em negar uma afirmativa ou afirmar uma negativa, algo por ai... Ou não!
Um processo simples e que todos fazer e pode fazer ...
Bom, eu queria escrever sobre escrever pelo simples fato que agora isto está mais presente na minha vida. E as ideias vem aos montes, muitas vão embora aos montes...Quanta poesia, quanta arte já perdi em minha mente!
[pausa]
Não tenho muito mais o que dizer agora. Por enquanto minha mente silenciou.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Merda faz
as flores crescerem
e isto é bonito.

Vertigens...

Vertigem, essa palavra acompanha minha mente por esses dias.

vertigem

s. f.
1. Vágado, tontura da cabeça; delíquio.
2. Fig. Tentação súbita; acto!atoirreflectido!irrefletido, súbito e irresistível pela sua própria força e instantaneidade.
3. Capricho, fantasia, desejo irresistível.

fonte: http://www.priberam.pt/DLPO/

E ela representa nos seus três significados o que eu consegui passar em conjunto. Foi uma espécie de tontura física, quanto um capricho, próximo a um devaneio, que eu tive!
Sou muito extremista e babaca as vezes, isso eu sei, não discordo e quem discorda de mim agora eu nego e assumo: sou um extremista babaca as vezes!
Mas como todos podem ser em algum aspecto de sua vida extremistas babacas! Em algum momento podemos ser, em relação a política, futebol, jogando poker, com seus sentimentos, enfim.
Mas... O que é esse extremismo babaca? Ou melhor, por que esse extremismo babaca?
Se deixar levar pelas emoções nos afasta da razão do mesmo modo que ser racional nos excessos e deixar a emoção de lado é pior ainda!
Mas, pulando prum ponto de minha psicologia fajuta, embasada em e-books resumidos da internet, o Ser Humano é um emotivo, para mim até o mais profundo racional é emotivo. Porque quando, com mais veemencia ele crê e defende o que fala, mais ele se torna chato, mais extremista ele é.
Não conheci uma pessoa totalmente racional, pelo menos na aparência pode ser, mas no fundo, sua emoção estava travestida e velada com seu discurso demagogo e cheio de si! A emoção era exalada de cada palavrinha, de cada letrinha do discurso. Bah!
Mas não estou aqui a defender alguém que seja totalmente racional, se for assim é um outro babaca! Extremo!
Emoção, razão, pensar, pensar, pensar, até a cabeça começar a entrar em colapso... Hm! Não, e nossa amiga consciência? Não a consciência moralista e ditadora, mas a consciência vinda como intuição ou raciocínio lógico? Aquela que sempre falamos quando fizemos alguma cagada: "devia ter seguido esse caminho!". Caminho! A consciência é uma guia pelo caminho da vida, não que seja um só, no singular, mas algo como nosso karma, destino, nos impulsionará por um caminho 'tal'... E ai, todos caminhos levam a Roma. Alguns são piores, outros melhores, uns você caminha com poucas coisas, só o necessário, carregando só os instrumentos necessários, e encontra bosque, campinas, etc, tudo belíssimo; prazerosa foi a viagem. Em outros você terá que atravessar uma xarrete com 20 cavalos, um carregamento de toneladas de bugigangas por um abismo. Cansativo, feio, onde o caminho só tem coisas mortas. Animador, não? Mas na nossa vida, as vezes estamos nos bosques, as vezes nos abismos.
Atualmente estou passando por um abismo, mas minha imaginação faz dele um bosque, tem hora que uma pedra cai na minha cabeça me mostra a realidade, conheço bem a realidade, mas é melhor fazer tudo isso da forma menos dolorosa: sendo um bosque!
Eu posso intervir em algo para mudar o futuro, escolher ir pelo bosque, do que pelo abismo; mas terá momentos sem escolha, sem podermos intervir, um caminho sem volta que é isso ou a desistência. Então, somos pessoas a deriva de qualquer coisa desse jeito. Mas tudo que vier será lucro...
[Pausa para almoçar!]
Alimentado, porém perdi a linha do raciocínio.
E percebi uma regra de conduta, a única provavelmente, que irei seguir para escrever nesse blog: escreverei todas minhas ideias, mas poucas opiniões. Sou péssimo pra opinar, e as vezes, elas são ácidas. Mesmo porque minha vida é um livro aberto, mas cheio de mistérios e metáforas em suas palavras. Poucos lêem completamente, pouquíssimos compreendem uma parcela. Não que eu seja, "oh! garoto cheio de mistérios e conhecimentos divinos!", mas todos somos assim, poucos percebem.
Eu tenho visto em meus estudos, como tudo leva a uma ideia primordial da existência. Teimamos em explicar coisas mais superficiais e aparentes, mas tudo leva a conceitos primordiais de crenças, do Ser, da humanidade, da natureza...
Mas teimamos em falar dos Nazistas ao Iluminismo, do Feminismo ao Desconstrucionismo, do Mito da Caverna aos Perpétuos de Sandman, do filme da sessão da tarde e a guerra do vietnã. Para mim, acontecem? sim. Tem relevância? Sei lá. São superficiais, buscamos na superfície do mar a existência de seres marinhos das profundezas. Teimamos em filosofar e achar que só uma andorinha não fará verão! Com certeza não fará... Mas pode ser a andorinha agitadora que chamará todas outras andorinhas a fazerem um super-luau de verão em pleno inverno. hahaha.
Mas sempre nos encontramos limitados, presos em amarras sociais... Nascemos assim, vivemos assim, permanecemos assim... Morreremos assim???
Como isso? E toda a filosofia, todos pensamentos, etc,etc,etc, blablabla... Cade eles nessas horas?
"Ah, não podemos fazer muita coisa, está muito ligado na nossa cultura, no nosso dia-a-dia e mais, não quero meter meu rabinho no meio do fogo-cruzado!" Bah!! Tomar no cu você!
Não é revolta! é sinceridade. Sabemos e vemos tudo que está acontecendo e simplesmente cruzamos o braço e dizemos autoritariamente: "Quem vai fazer alguma coisa nessa merda??"
Bah! Bah.. Bah!!
Sabemos reclamar com nossos pais, com nossos amigos, com nossos chefes, pessoas que fazem coisas mínimas de ruim para nós. Mas para as pessoas que nos fazem e tratam a nós como escravos só reclamamos na fila do ónibus sobre a tarifa estar alta, só criamos comunidades de protesto no Orkut, só ficamos falando "Esse Brasil, esse mundo tá uma merda!". Concordo, tá mesmo, e quem ajuda a piorar somos nós. Não eles. Eles só seguem algo karmico da filha-da-putagem deles, algo que viu que é possível? Então vamos fazer uma festa!!
Sei lá, estou aqui paradoxalmente só falando, falando, falando... E uma andorinha não faz verão!
Mas eu quero fazer uma festa! E estamos em pleno inverno!!
ósculos para todas, amplexos para todos!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pra começar...

Tudo tem o começo em si. A gente está sempre no começar de algo, de um pensamento, de um projeto, de uma amizade, de uma crise, de um texto(como este). E tudo tem seu terminar. Hoje passei por um certa crise existencial de '15 minutos'... Ela foi útil, como tudo na vida pode ser útil, tendo um ponto de vista de um eterno aprendiz.Eu acho bacana ter os amigos do nosso lado nesse momento, porque quando se tem amigos que pensam demais igual você, em geral quando um está "bem" ajuda o outro que está em crise; e sempre ocorre o inverso. Ai que está a beleza da amizade: uma eterna troca, e quanto mais valiosas essas trocas mais grandiosa e forte a amizade.
Mas quanto a vida, a nossa vida, uma amiga me disse que para ela ter valor, e para suprirmos o que nos falta, criamos. Concordo, é verdade, nos falta muitos coisas... Um saudade de não-sei-o-que, que teimamos em mantê-la. A eterna busca e encontro, e uma nova busca e um novo encontro. Lembro da parábola do homem que sempre, a vida inteira, quiçá sua existência inteira, procurava a Deus! Ia aos quatro cantos do mundo, atravessou os sete marés, foi para todas estrelas possíveis...Nada! Um dia estava parado ao pé de uma macieira descansando dessa busca interminável e viu Deus entre duas estrelas, quando correu até ele... Não estava mais lá. Quando via reflexos no mar, achou ser Deus mas era só corais e estrelas-do-mar.
Um dia, já cansado, já a quase desistir, caminhante, perdido em seus pensamentos, avistou uma placa no inicio de um bosque escrita "Morada de Deus, logo a frente!". Extático ficou e Estático permaneceu durante um tempo. Não sabia o que pensar. Só seguiu o busque, encontrou uma escada de mármore, então tirou os sapatos e subiu sem fazer barulho! Chegou a porta... Pensou:"Aqui está, a morada de Deus, minha eterna busca... Mas e se Deus não ficar feliz com isso? E agora, depois disso? O que farei? minha busca acabou, cheguei ao meu objetivo, estou aqui plantado na porta de Deus...". Deu meia volta, desceu as escadas fazendo o mínimo de barulho e saiu por onde veio.
A parábola termina de forma bonita:"Sei onde Deus mora, encontrei a morada de Deus, então por isso procuro por ele em todos os lugares menos neste!" Algo assim.
A busca e a criação estão intrinsecamente ligadas. Criamos por buscar, buscamos por criar.
Minha crise foi sobre o que é tudo isso? Todas as crenças, objetivos, metas, vontades, cultura, prazer, dinheiro, shows, arte, morte, vida, sinceridade... Tudo, tudo, tudo... é simplesmente uma crenças. Crenças são instrumentos dogmáticos para algo. A crença não pode, e não é, um fim em si. Ela é um instrumento.
E existe possivelmente uma matemática para tudo isso, uma matemática com todas suas regras e geometria, mas ela se auto renova, se modifica quando necessária, é caótica, segue um processo aparentemente caótico, mas só para nossas vistas falhas e tão humanamente limitadas, no fim é somente uma boa ordem, um esquema já pronto. Só que tudo isso passa agora pelo nosso conceitual, o que é caos e ordem? Caos necessariamente é desordem? Nos meus pensamentos não, sigo a etimologia e história da palavra no mito. Caos foi a energia inicial de tudo, é o Todo sendo impulsionado, esticado, cortado, comprimido!
Bom, estou aqui a divagar por todas ideias tão iluminadas, mas que eu mesmo as nego agora mesmo, não há como ter uma postura de aceitar algo como totalmente real. Não é ceticismo, pelo amor de Deus, Zeus, Cristo, Shiva, Alah, Buda, Zaratustra, Deus-Bomba, Mãe-Natureza!! Está como a ideia da meta-crença que li hoje. A crença não sendo um fim em si, sendo somente um instrumento, logo temos muitos possíveis instrumentos a usar. Uma vasta gama de possibilidades. Tão bela essa dança da existência; o pensamento só é útil com a consciência. Consciência sábia que nos impulsionará para a direção certa: as mil direções.
E a afirmação e a negação são expressões da dualidade mais primitivas provavelmente. A dualidade que impera tudo. Não há ideia e "contra-ideia" que não será quebrada por uma terceira, que une as duas, as lapidam. Como ocorre muito na filosofia, como no caso de Platão, quando uniu as ideias de Parmênides e Heráclito numa só. Algo por ai.

Fica pra próxima, pois meu raciocínio já quebrou assistindo filme, falando no skype e ouvindo música. kkk