domingo, 27 de setembro de 2009

Sem titulo.

Não durmo mais normalmente
Nunca vivi ao menos normalmente
A normalidade me fugiu já tanto...
que deixei de buscar...

Meus olhos percorrem pela vida
De modo canónico
Para não deixar a vida percorrer
sozinha, caminhos tão tristes.

Só tenho a mim mesmo
E uma mão que escreve,
Não sei o que, não sei porque
Mas escreve.

O que eu dou é pouco
Talvez insufiente
Somente palavras vivas de sentimentos vivos
De um coração que aos poucos... morre.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

os livros são meus amigos...

...e em 24hs terminei com dois. Romances, andei precisando ler algo que não seja filosofia: já perdi a conta de quantos meses me afastei da poética e da prosa. Tantas crises, tantos problemas insolúveis: para que tudo isso no final? Nem ouso explicar. Enquanto isso faço "trabalho de formiguinha" como uma amiga me diz. E farei mais, não posso me dar ao luxo da certeza e do encontro duma finalidade para minha vida: a meta principal, o alvo de meus desejos ou qualquer coisa parecida. Isso é demonstrar-se cego e demasiadamente insensível as coisas ao seu redor. Pomos nossa vontade, nosso desejo para simplesmente fazermos e alcançarmos algo que nos é, aparentemente, necessário: para mim, doces (e depois amargas) ilusões. Somos críticos nos momentos errados, práticos nos momentos errados. Nós, humanos modernos, humanos, demasiado humanos modernos, deixamos que os papéis se inverterem antes de analisarmos o que realmente é proveitoso.
Não sou contra uma possível inversão dos papéis, da abertura de novas ideias, de novas perspectivas e a quebra de dogmas, desde que seja feito com um "porque": nisso a necessidade sincera de existir razão para acontecer. Os sentidos entram como desculpa, sentimentos entram como desculpa. A razão nada pode fazer nesse terreno tão voluptuoso, concuspicente, a não ser reclamar, até gritar, no canto escuro da alma, enquanto a poética carnal do espírito humano toma seu lugar nos holofotes da vivência... Tão fácilmente corrompivel a vontade humana diante dos prazeres simplistas... Mas não simplistas para esses escravos hedonistas; para eles é o céu, o inferno e uma razão única para perder a vida nesse culto ao prazer.
Por isso os livros são meus amigos. Neles encontro de tudo e não me despejo de energias tão puras e necessárias para que minha vitalidade permaneça entre minha carne e espírito. Não me enveneno com as "pílulas da felicidade", os diversos "somas"(vide Admirável mundo novo, A.Huxley) que se encontram pelo mundo, sejam traduzidos ou não de essa metáfora: TV, músicas, livros(por que não, eles? São a fonte da verdade por algum acaso?), baladas, bares, etc., tudo tem sua representação de inferno...e de céu. A todo canto nos encontramos como leões de zoológico aprisionados em nossos falsos Habitats onde recebemos alimento e tratamento "básico"(quando recebemos) depois de um dia de "espetáculo"... O espetáculo para quem não entendeu ou não se fez entender é: trabalho, relações baseadas na teia do respeito e do hiper-respeito, status, etc.

Posso ser a "formiguinha" mas pretendo ser uma formiguinha que pica pernas que precisam ser picadas e que cria planos contra grandes gafanhotos...(Sim, referência ao singelo Vida de Inseto) Só preciso aprender a melhor forma para isso. Enquanto me são oferecidas Soma's para me distrair e para me colocar em dúvida da necessidade disso tudo. Só consigo proferir uma única frase, poética, épica, heróica(?): "Controle tudo que puder controlar, verme, deixe tudo passar como a porra de um vento. E se tiver de cair, caia com os revólveres fumegando."


Sempre me falta algo no que escrevo. Reviso, reescreve... e guardo para mim.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Movimento intenso.

Não sei porque estou meio estressado! Passageiro e interessante sentimento: que dessa vez não é bem um sentimento causado por outro(p.ex: amor), mas um sentimento causado pela necessidade.
Algo complicado de explicar e passar por "papel", mas a ideia é essa: agora sinto a dor por necessidade em demasia de me mover, e não de me acalmar - ao lado de alguém, ao lado de uma idéia, ao lado de uma boa escolha, não, isso não. Simplesmente quero me mover para muitos espaços, sejam mentais ou fisicos...Quem sabe, espirituais(problemático isso... ando pondo em prova). É bom se mover e nesse movimento causar uma comoção interna e externa naturalmente caótica: um processo de por tudo pro ar, explodir as coisas velhas, inúteis e confortáveis... Deixar os cabos de segurança se soltarem, andar na corda bamba.
É ansiedade o que me toma agora. Uma ansiedade, não em mover-se (isso de alguma maneira já faço), mas uma ansiedade em mover-se mais e mais.
Quero ser as mil-e-uma flechas lançadas pelos guerreiros misticos de Shiva, quero ser o degrau no pé e o corvo na cabeça do Übermensch, a ponta aguda da agulha que costura o manto dourado do sábio de Shangri-lah... Um ultrapassador, um destruidor, um mantenedor, sonhador, fomentador, construtor... Mas principalmente guia de mim mesmo.

domingo, 20 de setembro de 2009

Zaratustra, porém, olhava para o povo e se admirava. Depois falou assim:
O homem é uma corda, atada entre o animal e o além-do-homem - uma corda sobre um abismo.
Perigosa travessia, perigoso a-caminho, perigoso olhar-para-trás, perigoso arrepiar-se e parar.
O que é grande no homem, é que ele é uma ponte e não um fim: o que pode ser amado no homem, é que ele é um passar e um sucumbir.
Amo Aqueles que não sabem viver a não ser como os que sucumbem, pois são os que atravessam.
Amo os do grande desprezo, porque são os do grande respeito, e dardos da aspiração pela outra margem.
Amo Aqueles que não procuram atrás das estrelas uma razão para sucumbir e serem sacrificados: mas que se sacrificam à terra, para que a terra um dia se torne do além-do-homem.
Amo Aquele que vive para conhecer e que quer conhecer para que um dia o além-do-homem viva. E assim quer ele sucumbir.
Amo Aquele que trabalha e inventa para construir a casa para o além-do-homem e prepara para ele a terra, animal e planta: pois assim quer ele sucumbir.
Amo Aquele que ama sua virtude: pois virtude é vontade de sucumbir e um dardo de aspiração.
Amo Aquele que não reserva uma gota de espírito para si, mas quer ser inteiro o espírito da sua virtude: assim ele passa como espírito sobre a ponte.
Amo Aquele que faz de sua virtude seu pendor e sua fatalidade:assim, é por sua virtude que ele quer viver ainda e não vive mais.
Amo Aquele que não quer ter muitas virtudes. Uma virtude é mais virtude do que duas, porque tem mais nó a que se suspender-se a fatalidade.
Amo Aquele cuja alma se esbanja, que não quer gratidão e que não devolve: pois ele sempre dá e não quer poupar-se.
Amo Aquele que se envergonha quando o dado cai em seu favor, e que então pergunta: "Sou um jogador desleal?" - pois quer ir ao fundo.
Amo Aquele que lança à frente de seus actos palavras de ouro e sempre cumpre ainda mais do que promete: pois ele quer sucumbir.
Amo Aquele que justifica os futuros e redime os passados: pois ele quer ir ao fundo pelos presentes.
Amo Aquele que açoita seu deus, porque ama seu deus: pois tem de ir ao fundo pela ira de seu deus.
Amo Aquele cuja alma é profunda também no ferimento, e que por um pequeno incidente pode ir ao fundo: assim ele passa de bom grado por sobre a ponte.
Amo Aquele cuja alma é repleta, de modo que ele esquece de si próprio, e todas as coisas estao nele: assim as coisas se tornam seu sucumbir.
Amo Aquele que é de espirito livre e coraçao livre: assim sua cabeça é apenas a víscera do seu coraçao, mas seu coraçao o leva ao sucumbir.
Amo todos Aqueles que sao como gotas pesadas caindo uma a uma da nuvem escura que pende sobre os homens:eles anunciam que o relâmpago vem, e vao ao fundo como anunciadores. Vede, eu sou um anunciador do relâmpago, e uma gota pesada da nuvem: mas esse relâmpago se chama o além-do-homem. -

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

um pequeno desabafo:

Eu poderia dizer: cansei de lutar. Mas isso seria mentira, nunca cansei, nunca irei cansar: quero lutar! O caminho é terrível, as dores são muitas, a infelicidade parece tão aparente e paupável que dói antes de chegar. Meu mundo parece vazio, solitário... sombrio! Mas uma faisca, um raspar de pedra-contra-pedra do meu coração enrijecido ainda permanece: uma pequena tocha se acende.
Eu choro, mas no sentido figurado (me parece que lágrimas não saem mais de meu olhos), me entristeço por muitas coisas, pessoais, egoístas ou não, universais, egoístas ou não. Tenho a necessidade de sofrer, por meus sentidos e sentimentos a prova, no extremo do furacão para vê-los se são necessariamente verdadeiros ou um sentimento abrupto, um desejo de poder, uma vontade egocêntrica em sair como vencedor. Porque sou humano, errado, incoerente, sentimental mais do que dizem tanto para sermos: racionais. É difícil sentir!
Mas minha meta não é mais a perfeição, minha meta não é mais uma coerência, uma prima-obra do pensamento... Minha meta é fazer as coisas fluírem para uma dada ordem! Isso já é um grande desafio.
Que ordem é essa? Que meta estranha e bizarra é essa? Como alguém pode achar isso ... e bla bla bla?
Sim, é complicado colocar metas para si quando você descobre que nada mais pode ter sentido algum... mas, algum dia, saberemos talvez isso? Que há sentido? Que há algo no fundo de todas as coisas?
Minha resposta é clara inicialmente: não me importo! Criei o meu método agora, preciso evolui-lo e transcendê-lo de maneira que se torne bom...(a bondade do guerreiro.bónus=guerreiro)

Já me entristeci demais com coisas que podem nunca dar certo, já tive vontade de acabar com vidas que podem muito fazer um bem pro mundo, já tive necessidade de me mostrar para o mundo como 'fodão', interessante, experiente, importante, etc. sendo que tudo isso é questionável e totalmente conceitual.
Não ando sentindo mais a necessidade de mentir, nem desmentir... O que já foi, já foi. O que virá é uma pedra bruta a ser lapidada!

Por favor me perdoem por todas minhas crises e necessidades de falar, me expor... Mas eu realmente precisava! Agora posso prometer mudanças, mas não preciso prometer para ninguém a não ser para mim mesmo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Os nós e o Patíbulo

Enquanto todos preparam suas cordas
Eu irei ajudar com os nós e o patíbulo
Enquanto todos reclamam "estamos sós!"
Olho para tudo isso como um tresvario ridículo.

Parabéns para nós, pobres mortais,
hereges da própria existência e vida
Deixamos de lado as lutas brutais
Pela certeza de mãos limpas...

Abracem seus demónios e pulem
Eu juro que irei olhar a queda
Mas por que insistem tanto?
Permanência, amizade eterna?
Não somos sozinhos? Então, abracem seus demónios...
...E me deixem só, aqui... na solitude!

Choramingos e resmungos nocturnos,
Só ouço isso, como se fosse um psicanalista
Mas deixei de lado isso, abraça-me como "caoísta"
Pois, antes: queria curar; agora: deixo morrer!

és tu natureza tão perfeita?
és tu existência um circulo sem arrestas?
São vós criadores do Ser e Uno?
Então porque exigem de nós...
Meros mortais, fadados ao fracasso e erro
Toda a responsabilidade da perfeição e da unidade?

Passaste para essas pobres crianças
A pior formação de Seres de suas existências perfeitas:
Crianças fadadas ao fracasso dolorido de um dia...
Após o outro e o outro!
Criadores de nomes, criadores de mundos,
Criadores de possibilidades toscas e criadores de caso!

Podem fazer de suas vidas o lixo necessário:
AJUDAREI COM OS NÓS E O PATÍBULO...
pois a perfeição, circulo sem arestas, não está aqui!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

[continuação do post anterior]


2. Porque gostar de certas coisas pouco e viciar em outras? Qual é a pretensão nisso? [inocência minha] Mas meu único vicio é eu não querer me viciar em nada... Só aproveitar. Falsa liberdade, eu sei. Mas prazeroso se dorna ao dado momento que isso iluminasse como um transtorno como qualquer outro. Tanto faz, é um vicio em não viciar, é uma maneira de tudo experimentar sem dizer:"é disso e daquilo que gosto, mas disso odeio!". Que dor da em ter vicios, em estar preso naquilo que nós mesmos nos colocamos. A inocência se repete aqui: desde o ínicio somos tomados de vicios, ser humano não é natural - é artificial. É fadado ao vicio: ao extremo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Humano. O que é ser humano? Sentimentos: amor, ódio, ternura, paixão etc? Pensar? Ser o topo da cadeia alimentar? Raciocinar? Escolhas: livre arbítrio? Somos reações físico-químicas de um ambiente em que só nós saímos vitoriosos - algo como uma ideia, mesmo que pervertida, Darwiana - entre tantas espécies?
O que nos dá esse direito de sermos nós: humanos? De termos nossa posição em destaque em relação a todas as outras criaturas do globo. Qual natureza nós temos? Essas indagações não são novidades, não trago muitas novidades aqui, somente mais loucura para as ideias já tidas como pontos de partidas que a muito se cansaram e deixaram de fazer parte do nosso dia-a-dia. Esse ponto de vista não é dificil de ser visto: criamos, modificamos, unimos, distorcemos as coisas numa alquimia inata da natureza. Uma performance natural e progressiva - chega a proporções imperceptivelmente abisssais; tudo isso por alguma causa especifica? Uma real natureza?
Mas o que mais me impressiona é a facilidade que temos em aceitar tanto a ideia de que Darwin estava certo e precisemos nos adaptar tão rápido ao nosso meio, de forma que não percebemos que mesmo que seja verdadeira para o passado, não necessite ser verdadeira para o futuro, como uma Lei Universal. Essa ideia nos mostrou que somos realmente adaptáveis e isso foi a questão chave de analisar a sobrevivência e as constantes mudanças, porém, que sobrevivencia temos hoje? Que mudanças naturais? Não passam de guerras de ideias e mesquinharia disparada como por tiroteio (Ok, não temos tempo, a razão nos atingiu em um curto espaço de tempo em relação a evolução). Porém, me sento e observo: que belas selvas de pedra criamos, que bela arte, que belos pensamentos, criações... Criações, nossos bens e meus de não mais sobreviver e sim vivermos confortavelmente, em tal suprema beleza e harmonia! Caso fossemos realmente seres evoluídos e separados de todos os outros seres levaríamos a sério esse papo New Age de que o Ser Humano tem novas camadas energéticas ou que o cérebro se desenvolveu mais do que todos os outros animais, ou qualquer outro blábláblá especulativo que nos põe acima, acaricia nosso ego viral que a todos nós atinge e nos põe no pedestal divino de seres 'cópias' do Criador! Simplesmente fazemos as mudanças 'naturais' que queremos, estamos a passos de mudanças evolutivas que poderiam demorar bilhões de anos ou nem chegar a ocorrerem, mas fazemos isso a que passo? De que modo? Nos temos muita coisa para fazer antes de receber esse mérito 'auto-dado' ridículo de evoluidos (é como um time de futebol antes de jogar dizer: ganhamos, porque é isso que achamos, nós podemos logo ver: somos mais fortes, mais treinados, psicologicamente preparados, temos patrocinadores, etc. vocês não iriam vencer de nós nem em um milhão de anos). Parece que tudo que a sociedade cria é só uma auto-afirmação de que somos bons, "mas somos bons mesmo! Olhe para os fatos!", que contradição, né? Mesmo quando nos alinhamos numa falsa humildade como simples animais como todo o resto, sempre vem algo por trás dizendo:"Hey! Mas se eu não fosse realmente inteligente e mais evoluído não teria chegado a essa brilhante conclusão, cara!". Olhar para fatos? Fatos, averiguação, análise, racionalização; tudo criação nossa! Somos capazes de muitas coisas, não nego isso, nunca vou negar - Coisas boas, construtivas. Mas não fazemos isso nunca: tudo para o bem-estar e modos novos de jogar esses joguinhos criados, a natureza não existe mais: tudo artificial. Olho a minha volta, o meio em que estou escrevendo essas palavras, meu quarto... Olho para minhas mãos: macias, frágeis até, algo despreparado para a natureza. "Porque permanecer na 'natureza', se podemos criar o mundo ideal?", mas por que fugir da natureza? Por que criar tanto de ideias incertas, longe da precisão desejada?(Há necessidade da experiência para a perfeição, só que até quando aguentaremos sermos uns cobaias dos outros?) Só me parece que somos empurrados mais e mais para o abismo aberto por nós; caímos eternamente, eternamente se auto-digerindo, auto-destruindo, guerreando e depois abraçando uns aos outros, uma eterna queda sem espaço para respiração e calma, sem espaço para se segurar.
Mesmo na artificialidade não deveria ter alguma essência, um ponto chave, natureza(que seja!) que impulsione? E caso não seja um processo continuo, um ponto inicial que tenha sido a faisca inicial mirabolante e criadora dessa maquina - nós. - que cria e cria-se artificialmente?
Acho que esse ponto pode ser traduzido de várias formas, mas sempre chegaremos a algo artificial: compreensível pela nossa mente humana racional, em busca da perfeição, mas encontra-se com fenómenos explicáveis de mil-e-uma maneiras. Uma essência, caso exista, perdida: o elo perdido, talvez?
Então vamos abarcar a tudo isso que nos é aparente, que nos é humano: nossa identidade tão única: razão, emoção, escolhas...
É perfeita a explicação esfarrapada: ser humano é isso: ser emocional, ambíguo, racional, logo, realmente ambíguo(bom, dualidade é um assunto conceitual e muito metafisico, logo, fadado a grandíssimas falhas e imperfeições, nenhuma certeza). Assim abraçamos nossas 'caracteristicas' tão nossas, tão perdidas no espaço-tempo, sem aparente origem. As sensações se tornam então não as inimigas dos gregos antigos, mas amigas e portas para algo além... Através delas criamos, para buscar uma solução de ver o mundo melhor. Ciências nascem e se aprimoram e somos impulsionados para a frente para um progresso(?).

[escreverei mais... ]

[ponto de outra ideia, hahaha, sou confuso, sim!] Tentamos fugir dos sentimentos mas, quando menos esperamos, eles nos socam de frente.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Aforismos.

1.
É fácil descobrir-se confuso quando encontra-se vazio - busca fora aquilo que tem dentro e deixa as coisas de dentro fugirem de nossos olhos - foi boa a vacuidade simplista que toma dada proporção: como morte da personalidade e do ego temeroso. Grande piada perigosa; minha maior e mais perturbadora piada: essa morte.

2.
Há, já a um tempo, a busca extrapolada e a procura nas pequenezas do espaço que forma entre a pedra bruta do ser - Que ser? - e o chão que me sustenta... nos sustenta.

3.
Gargalhadas, só gargalhadas podem acompanhar isso. Falta plenitude e equilíbrio, sobre desejo, sexualidade e passividade diante do inóspito desconhecido. Achar graça em tudo é desespero ou um niilismo finalista das coisas aparentes(?) (mais provável que seja a o rir do não-saber e da percepção de que se não há valores, nem mais nada, rir torna-se o melhor remédio... ou o melhor anestésico.)

4.
Advento do niilismo por um abastecimento do nojo e do escárnio [disso]: realidade aparentemente formada pela intencionalidade dos fenómenos: o existir sem fim em si.
- Que Deus?, que verdade?, que essência? - Paradoxos metafísicos blasfemos a si mesmos. Exigentes demais... Humanos e falhas(pleonasmo, talvez) demais. Se não isso, busca pelo perfeito (do contrário, a saber: caos, simples caos, da incoerência, da imperfeição). Logo, são falhas