segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Humano. O que é ser humano? Sentimentos: amor, ódio, ternura, paixão etc? Pensar? Ser o topo da cadeia alimentar? Raciocinar? Escolhas: livre arbítrio? Somos reações físico-químicas de um ambiente em que só nós saímos vitoriosos - algo como uma ideia, mesmo que pervertida, Darwiana - entre tantas espécies?
O que nos dá esse direito de sermos nós: humanos? De termos nossa posição em destaque em relação a todas as outras criaturas do globo. Qual natureza nós temos? Essas indagações não são novidades, não trago muitas novidades aqui, somente mais loucura para as ideias já tidas como pontos de partidas que a muito se cansaram e deixaram de fazer parte do nosso dia-a-dia. Esse ponto de vista não é dificil de ser visto: criamos, modificamos, unimos, distorcemos as coisas numa alquimia inata da natureza. Uma performance natural e progressiva - chega a proporções imperceptivelmente abisssais; tudo isso por alguma causa especifica? Uma real natureza?
Mas o que mais me impressiona é a facilidade que temos em aceitar tanto a ideia de que Darwin estava certo e precisemos nos adaptar tão rápido ao nosso meio, de forma que não percebemos que mesmo que seja verdadeira para o passado, não necessite ser verdadeira para o futuro, como uma Lei Universal. Essa ideia nos mostrou que somos realmente adaptáveis e isso foi a questão chave de analisar a sobrevivência e as constantes mudanças, porém, que sobrevivencia temos hoje? Que mudanças naturais? Não passam de guerras de ideias e mesquinharia disparada como por tiroteio (Ok, não temos tempo, a razão nos atingiu em um curto espaço de tempo em relação a evolução). Porém, me sento e observo: que belas selvas de pedra criamos, que bela arte, que belos pensamentos, criações... Criações, nossos bens e meus de não mais sobreviver e sim vivermos confortavelmente, em tal suprema beleza e harmonia! Caso fossemos realmente seres evoluídos e separados de todos os outros seres levaríamos a sério esse papo New Age de que o Ser Humano tem novas camadas energéticas ou que o cérebro se desenvolveu mais do que todos os outros animais, ou qualquer outro blábláblá especulativo que nos põe acima, acaricia nosso ego viral que a todos nós atinge e nos põe no pedestal divino de seres 'cópias' do Criador! Simplesmente fazemos as mudanças 'naturais' que queremos, estamos a passos de mudanças evolutivas que poderiam demorar bilhões de anos ou nem chegar a ocorrerem, mas fazemos isso a que passo? De que modo? Nos temos muita coisa para fazer antes de receber esse mérito 'auto-dado' ridículo de evoluidos (é como um time de futebol antes de jogar dizer: ganhamos, porque é isso que achamos, nós podemos logo ver: somos mais fortes, mais treinados, psicologicamente preparados, temos patrocinadores, etc. vocês não iriam vencer de nós nem em um milhão de anos). Parece que tudo que a sociedade cria é só uma auto-afirmação de que somos bons, "mas somos bons mesmo! Olhe para os fatos!", que contradição, né? Mesmo quando nos alinhamos numa falsa humildade como simples animais como todo o resto, sempre vem algo por trás dizendo:"Hey! Mas se eu não fosse realmente inteligente e mais evoluído não teria chegado a essa brilhante conclusão, cara!". Olhar para fatos? Fatos, averiguação, análise, racionalização; tudo criação nossa! Somos capazes de muitas coisas, não nego isso, nunca vou negar - Coisas boas, construtivas. Mas não fazemos isso nunca: tudo para o bem-estar e modos novos de jogar esses joguinhos criados, a natureza não existe mais: tudo artificial. Olho a minha volta, o meio em que estou escrevendo essas palavras, meu quarto... Olho para minhas mãos: macias, frágeis até, algo despreparado para a natureza. "Porque permanecer na 'natureza', se podemos criar o mundo ideal?", mas por que fugir da natureza? Por que criar tanto de ideias incertas, longe da precisão desejada?(Há necessidade da experiência para a perfeição, só que até quando aguentaremos sermos uns cobaias dos outros?) Só me parece que somos empurrados mais e mais para o abismo aberto por nós; caímos eternamente, eternamente se auto-digerindo, auto-destruindo, guerreando e depois abraçando uns aos outros, uma eterna queda sem espaço para respiração e calma, sem espaço para se segurar.
Mesmo na artificialidade não deveria ter alguma essência, um ponto chave, natureza(que seja!) que impulsione? E caso não seja um processo continuo, um ponto inicial que tenha sido a faisca inicial mirabolante e criadora dessa maquina - nós. - que cria e cria-se artificialmente?
Acho que esse ponto pode ser traduzido de várias formas, mas sempre chegaremos a algo artificial: compreensível pela nossa mente humana racional, em busca da perfeição, mas encontra-se com fenómenos explicáveis de mil-e-uma maneiras. Uma essência, caso exista, perdida: o elo perdido, talvez?
Então vamos abarcar a tudo isso que nos é aparente, que nos é humano: nossa identidade tão única: razão, emoção, escolhas...
É perfeita a explicação esfarrapada: ser humano é isso: ser emocional, ambíguo, racional, logo, realmente ambíguo(bom, dualidade é um assunto conceitual e muito metafisico, logo, fadado a grandíssimas falhas e imperfeições, nenhuma certeza). Assim abraçamos nossas 'caracteristicas' tão nossas, tão perdidas no espaço-tempo, sem aparente origem. As sensações se tornam então não as inimigas dos gregos antigos, mas amigas e portas para algo além... Através delas criamos, para buscar uma solução de ver o mundo melhor. Ciências nascem e se aprimoram e somos impulsionados para a frente para um progresso(?).

[escreverei mais... ]

[ponto de outra ideia, hahaha, sou confuso, sim!] Tentamos fugir dos sentimentos mas, quando menos esperamos, eles nos socam de frente.

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