Quando passa pela sua cabeça aquelas coisas de livro de auto-ajuda num destoante “bla bla bla” pseudo-espiritualizado que só da apoio moral, incentivo emocional temporários, mas no dia seguinte você acorda e se sente o pior lixo com a merda de um sentimento que não é estresse, num é depressão, só uma vontade de não ficar parado, e esse sentimento corrói. E quanto mais você ouve toda essa merda de auto-ajuda, de ‘vamos lutar pela vida’, da vontade de socar a cara de quem fala, mesmo que seja um amigo seu, mesmo que seja VOCÊ. Mas não adianta mesmo, você espera que algo apareça, no fundo você tenta acreditar que ter objetivos pequenos e esperança irão ajudar. No fim, sempre tem um bom momento pra recordar, alegria e alguma coisa alcoólica com alguma coisa para petiscar, não sei se você está me entendendo. Bons momentos se resumem em poucas palavras. Tudo que é falado em muitas palavras é um jeito que temos em forçar as coisas para parecer que foram realmente boas que valeram a pena, porém, foi o sal da terra que desceu pela garganta seca.
E você olha pro lado e percebe que a pior forma de se viver é choramingar e ficar triste. Chore e chorará sozinho, ria e todos riram contigo. Mas realmente tem dias que a iluminação não entra no quarto e nem no espírito e você se sente, e simplesmente só se sente, um pequenino lixo inútil sem valor que não contribui com ninguém a sua volta; foda-se a sociedade, digo às pessoas que realmente importam essas sim mereceriam algo de valor – se é que realmente importam, se é que realmente merecem algo de valor. Realmente, neste ponto, sou de apoiar a idéia de Bukowski que o amor é preconceituoso, sim! Só fica um bom tempo na minha vida alguém que valha a pena, que tenha atrativos interessantes e que eu possa falar algo além de BBB, novelas e a porra dos acontecimentos do telejornal. Não que eu seja realmente assim ridículo a todo momento, mas existem momentos e momentos.
Vivo como um novato que está pegando o carro pela primeira vez e sua primeira lição é fazer uma baliza numa subida num espaço apertado, e sempre que consigo algo ‘digno’ de nota, minha memória é ‘apagada’ e começo uma baliza mais difícil e irritante... Suficiente de eu gritar com o instrutor que a vida é uma merda e largar o barco... Digo, o carro.
Como uma senhora no ônibus me disse uma vez, naquelas conversas que a gente não recorda porque começamos, mas recordamos muito bem porque a terminamos: vocês jovens de hoje são coxos reclamões, nasceram sentados e deixaram-se atrofiar... Mental, físico e espiritualmente. A conversa não durou muito depois disso. Eu percebo quando estou sendo hostilizado ou naturalmente hostil, então me deixo sair perdendo e fazer aquela saída estratégica, foda-se, sabe? Não dá pra perder tempo com essas coisas, com pessoas se fazendo de ultrajadas, de vitimas. Agora percebo como a vitima pode ser tão carrasca quanto o próprio carrasco. Mas é difícil aceitar perder, é difícil deixar o outro ganhar vitorioso com o ego fortificado e você todo rompido, despedaçado. Machuca muito mesmo.
Eu já fiz muita cagada nessa vida, e nem tenho idade pra tanta cagada, mas já fiz assim mesmo. Não é nada de filme, não é nenhuma cagada que eu me orgulhe contar em rodas de amigos e faça questão de levantá-las como troféu. É sempre um conjunto de tranqueiras que acumulei num quarto escuro, que deixei criar mofo e ficar mais podre e feio com o tempo. E toda essa merdalhada toda me ensinou coisas, mas ainda assim me apego, invés de abandoná-las numa lixeira, deixá-las apodrecerem com quem gostaria de ter tais coisas.
O que não me conformo é como me tornei meio apático meio depressivo. Vou deixando as coisas baterem em mim e não esquivo, faço que não sinto dor, e é isso mesmo, não sinto. Quando estou sangrando pouso em algum lugar qualquer sozinho, e só ai compreendo minha solidão. Que mesmo rodeado de tanta gente meu olfato percebe o que os outros não percebem e minha razão age como sem querer fazendo o que o mundo pede, sem ridículo, obsessivo e fraco e pedante...
Não tenho mais força suficiente pra sentir orgulho, não tenho força suficiente para gerar e abastecer discussões longas e sem valor. Já não sou mais aquele, sou esse... Mas quem sou eu afinal? Que remédio ou antídoto posso tomar para ficar longe da hipocrisia e de atos tão sem sentidos, tão sem valores, tão vazios e fáceis. Não é isso que eu quero – ainda não sei o que eu quero, mas não é isso que eu quero.
Basta eu deixar o mundo montar sob minha carcaça e gritar vitorioso, só assim encontrarei um tempo suficiente para pensar. Mesmo em meio ao caos.
Nossa! Isso é que eu chamo de vômito de ideias...
ResponderExcluirIsso Gi tá no caminho certo, é bom olhar tudo e não ver saída, daí um certo dia, um certo instante você mesmo achará a saída sem ninguém mostrar o caminho.
Acredite em quem tem conhecimento de causa: O que não me mata, me fortalece. E esse é caminho árduo dos que escolheram querer entender a si mesmo, ao mundo. Essa fase de transição pro adulto é foda! Curta ae essa vibe, e logo mais as good vibes irão pairar no ar novamente.
Não desista e radicalize!
Quero vc vivo ano que vem, certo mano?!
bjks