quinta-feira, 27 de maio de 2010

Reflexão: Justiça e Vingança ou A linha que pode nos separar um ciclo vicioso.

Enquanto nós nos fechamos em nossos mundos da maneira egoísta, vendo só nosso lado... Enquanto isso, o mundo segue adiante. E enquanto que nada de ruim dele interfira na nossa vida, nos dê um soco na cara e nos mostre a realidade, agimos de acordo com ele. Achamos que abraçar ideologias ajudará em algo, ou que pensar e criticar também será os caminhos mais sábios. Mas quem realmente sabe?
Imagine que decisão racional tomar num momento que você tem uma arma, está num local com um assassino frio que matou "em prol de uma vingança fútil sua" várias pessoas inocentes. O que você faria? Essa é a pergunta clássica. O Mataria? O torturaria? Faria o terror psicológico?... Ou deixaria que a justiça cuidasse dele? Quando colocamos no âmbito pessoal, mesmo com toda nossa moral introjetada, a última opção é, justamente, a última opção a se pensar. Pior ainda se dentre essas pessoas inocentes estivesse um ente querido. Mas por quê?
A justiça busca encontrar, na teoria, uma igualdade para todos, em que o criminoso não saia impune e que ele pague pelo crime que cometeu. Mas então a justiça, falha, corrupta e toda cheia de brechas, alivia para que pessoas realmente más - sim, faço um grande juízo de valor; aqui quem fala é alguém que enquanto descrê em qualquer supraterreno, crê na possibilidade da virtude e de um caminho certo, matar, roubar, causar dor ao outro, não é um caminho certo.
Logo, o lema "olho por olho, dente por dente" torna-se um guia de justiça, justiça com as próprias mãos. Mas nesse "olho por olho", nessa "justiça" (que torna-se vingança) nunca quem a pensa, a cogita está totalmente racional, não que isso seja possível, mas o emocional está abalado, toda uma estrutura pessoal foi destruída. "Olho por olho", até quando? Quando é que alguém que busca vingança saberá ter "equilibrado a balança? O "olho por olho" pode tornar-se "olho por olho, nariz, dentes da boca, orelhas...", pode tomar proporções irreversíveis!
E depois faz-se vingança aqui, algum outro lado pode querer fazer uma contra-vingança, e assim, tudo perderá seu controle. A justiça? Ela é falha, mas a vingança também - e nisso não sei qual pode ser mais falha do que a outra.
A proporção que as coisas podem tomar, só pelo fato de que nós achemos que estamos certos em agir de acordo com uma vingança... Não parece ser válido, é trocar sangue por sangue, é aumentar mais e mais a dor de todos os lados. A justiça pode ser ruim, mas ai que está o problema inicial, não é ela que é ruim, mas nós que não fazemos e buscamos fazer dela algo melhor. Deixamos poucos assumirem muito, nada para mudar isso... A injustiça já está inserida nos palácios que dizem fazer justiça. E disso posso passar horas falando! Mas, afinal, não buscamos uma Justiça justa agora, só quando - que isso não nos ocorra - precisamos recorrer a ela, e quando precisamos vemos que ela é falha, nos arrependemos. Nasce a justiça com as próprias mãos! Não há justiça agora porque ninguém se importa com ela enquanto não necessita dela!
O que somos nós, afinal? Egoístas inértes em nossa mediocridade, nada fazemos, em nada agimos... A nenhuma solução recorremos! Quando acontecer algo realmente ruim, será o momento de recorrer a essa justiça própria, a esse caminho sem volta... Olho por olho, por dente, por orelha... Vamos parar e pensar. Vingança? Obra de desesperados. Justiça? Obra a ser montada, remontada, criticada. Nunca será perfeita, mas pode ser melhor!

Um comentário:

  1. Poderia ser melhor, no entanto vejo a nossa justiça conforme a carruagem de nossa sociedade. Como podemos introduzir direitos em nosso dia a dia, ou achar que isso ou aquilo é justo, se nem ao menos entendemos o que vem de dentro: ética, respeito, legitimidade, fraternidade e o mais bonito e desafiador de todos a liberdade?
    No começo também pensava semelhante a você, no entanto meus conceitos foram se distorcendo e dando espaço a conceitos de verdade, conceitos concretos com fundamentos e raízes. Conceitos de verdade, não os falhos, os sem boa obra ou aqueles não-argumentáveis. Mas aqueles que estão indexiçado com a alma da gente. Falo isso porque eu acredito na minha capacidade de pensar e criticar tudo. Mas o direito vai muito mais além de simples palavras e modestas atitudes. Ele mexe com princípios, com valores, com gente, com matéria humana. É uma ciência humana. E é por isso que se encaixa bem a justiça, estamos em constante processo de aprendizagem, no entanto não há perfeição tão desejada, acredito eu que a perfeição está ai. Quem disse que teria que ser tudo tão limpo e belo? Porém, tem que haver os homens de bem (aqueles que reagem contra o conformismo da sociedade e todos os males que são causados pelas pessoas que não tem noções de ser humano), pois se não houver o que será de todos nós se os poucos que restam se calarem? Eu particularmente prefiro acreditar na justiça maltratada e suja que temos, pois poderíamos levá-la a um hospital e limpá-la do que sair por ai se vingando.
    Pode parecer difícil, mas é aquilo “dê o poder a qualquer um e saberás realmente quem ele é”, porém não posso me deixar levar pelos meus instintos. Entramos então num a série de conceitos incluindo o de viver em sociedade que banaliza por completo o direito de sentir e se vingar. Se vingar é mal, todos sabemos, mas quem é aquele que por um instante nãos e vingaria pela perda de um ente querido nas mãos de um assassino incalculável. Um homicida produto dessa sociedade desumana. Um produto barato nas prateleiras mais caras do mercado. Qual de nós não se alteraria? Eu me alteraria. No entanto foi o que eu escrevi, entramos ai numa série de conceitos e princípios que diz regular nossa vida. Então abro ai a minha queixa contra a enorme lacuna de pensamento que fica exposta na justiça... Como se regularizar, se submeter a um poder, abrir mão de minha liberdade como ser humano para entrar em “normalidade” ou de acordo com um regulamento que mal se regula? Eu me pergunto: com que clareza, para não dizer moral, esses poderosos corruptos querem exigir de mim uma subordinação sendo que mal me respeitam, mal me querem quando na verdade mal sabem que eu existo para apenas acatar a ordem que eles exigem de mim, mas não a seguem, para apenas conviver no mundo que criaram nas suas tardes de quarta feira com outros políticos idiotas que acham que é dono do mundo...?
    Quero que fique bem claro que não vale a pena se vingar pois estaríamos assim sujando cada vez mais a alma de nossa justiça. Deveríamos de consultá-la mais vezes, no entanto não é o que acontece. Com certeza eu acredito nessa “entidade” jurídica que é representada pela sabia posição da balança. E ali se traduz o “olho por olho”, acredito na sanção merecedora para cada um que desvirtuar os princípios do mais justo. Oras! Eu me pergunto como conseguimos viver em sociedade... mas me lembro que temos um estado em cima de nós que deveria de observar essas grandes fraudes, no entanto é esse mesmo estado, essa mesma maquina que é a primeira a trair seus próprios princípios... o que mais vale nessa vida é me cuidar.
    Não violar o próximo e deixar bem claro que eu sou um homem de respeitos.
    E para deixar bem claro o sentimento que é o mais puro e mais lindo de tudo deixo destacado aqui o principio do direito romano:

    “Iuris praecepta sunt haec: honete vivere, alterum non ladere, suum cuique tribuere”

    (São estes os preceitos do Direito: viver honestamente, não lesar o próximo, dar a cada um o que é seu.)

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