quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sem título.

Talvez fosse um dia qualquer, talvez não, e talvez eu estivesse só querendo chamar atenção. As coisas são simples assim; mais simples do que o complicado que sempre imaginamos. Você olha para um casal, tão bonito, tão romântico... Então, um belo dia, você o mesmo rapaz - antes tão romântico e apaixonado - em uma pegação com duas garotas numa festa, isso seria já suficiente para o ego masculino ficar machucado e pensar "por que ele quando eu estou aqui? Sozinho, com tesão e energia sufiente para fazer um time de futebol feminino atingir orgasmos múltiplos, e este babaca ai não irá conseguir ir para o quarto sozinho sem ajuda delas". Mas não, sempre tem algo a mais, você chega comprimenta, e de canto, pergunta, E a fulana como tá, vocês separaram? A resposta é simplesmente esta: naaada! Só vim curtir um vibe sozinho, liga?
Bom você fica naquele pensamento, olha só o sortudo namora uma cega de paixão. Mas o que piora tudo não é você saber disso, e sim, saber mais: por acaso do destino (novamente) faz você encontrá-la dançando feito uma vadia no meio de várias rapazes-lobos-uivantes. Bom, isso não teria problema, também, a lógica final é: um relacionamento aberto e feliz! Parabéns para eles, conseguem sustentar de maneira "sútil" um relacionamento aberto e conseguirem não levar isso "para a cama".
Meses se passam e você está fazendo compras no mercado de ressaca, cabelo bagunçado, óculos escuros para evitar a luz e metade da roupa que você usa era do pijama. Você não pensa em encontrar ninguém, e se encontrar evitar dizendo um bom dia mal humorado. Mas eis que você encontra a garota do seu amigo, este mesmo aqui falado, então as aulas de catecismo voltam a mente e aquele trecho judaico-cristão na mente (lo thahh.módh) Não cobiçarás a mulher do próximo, hahaha, muito mal seguido não só por mim, mas por toda a torcida do corinthians e de Jesus Cristo; ótimos cristãos, eu diria. (Por isso, reservo-me a postura agnóstica)
Ela lhe comprimenta, você responde - nunca na direção, pois o bafo de ressaca não passou ainda. - e a conversa prossegue e você bem pergunta, e ai, e o fulano, como vocês estão? Ele tá bem? Uma pausa dramática acontece, você fica até constrangido de olhar para a careta de desgosto e raiva que se forma naquele rostinho bonito: "Estamos nada, sabe? Aquele desgraçado estava me traindo!"... (Faltam reticencias neste instante...) (...) (...) (...)
"AHHHH! Que coisa, ? Como ele podia fazer isso contigo, tsc-tsc."

Até me apresso dizendo que minha mãe está já aprontando o almoço e não posso mais demorar. Na volta para casa, entre o peso das compras que os músculos de ressaca não aguentam nem carregar verduras e os pensamentos, a única palavra que martela minha cabecinha dolorida é "Hipocrisia! Hipocrisia! Hipocrisia! Hipocrisia! Hipocrisia!".

Como as pessoas conseguem sustentar tanta hipocrisia de maneira tãocomum e rotineira? Aqui quem fala não é nenhum Santo e hoje não é meu dia a ser comemorado, não! Aqui quem fala é um hipócrita também, olá. Mas é justamente por isso que sou indignado, estou indignado. Como conseguimos fazer tantas coisas hipócritas, mentir, julgar (sendo um "pecador", ou melhor, "cometedor" dos mesmos erros desvirtuados), entre tantos outros males? Nunca deixamos a razão ser nosso guia-mestre realmente, nunca trabalhamos com a maturidade emocional com maestria e vontade realmente. Deixamos nos guiar por aquilo que só consigo imaginar como sendo nossa natureza.

Usamos de nosso belo cérebro evoluído, de nossos pensamentos "racionais" e toda as belas criações para sobreviver. Nossos instrumentos, nossas armas? Nossa mente e tudo que ela produz. Não precisamos nos camuflar, não precisamos ser rápidos, não precisamos ter dentes fortes, nem venenos mortíferos... Só precisamos de nossa mente!

Eis nossa natureza e, em nosso inconsciente profundo, um instinto que sobrepuja a razão e tudo o mais. Precisamos sobreviver e, no caso, algo inédito, vencer sempre! Então deixamos as coisas ocorrerem e usamos o que convém como a hipocrisia de fazer cara de nojo e desgosto e dizer "você não acredita, ele me traio". - Caso ela houvesse falado "eu que nunca pensei em trair ele! Eu!". Nossa, eu iria rir muito da cara dela respondendo "isso só quando você estava sóbria, ? Quando bêbada, então, outros pensamentos povoavam sua mente, certo?".
Gosto das pessoas, gosto mesmo, mas não mais do que a minha cachorra e a árvore aqui de minha casa. A natureza delas é bem menos preocupante e bem mais definida, e eu sei que minha cachorra pode morder a qualquer hora, mas a mordida será causada por algo que eu estarei consciente do porquê. Enfim. Com as pessoas em vez de estar rosnando, um sorriso está lá presente - cheio de micro-expressões de ódio - e quando você vê este lhe "morde", e muitas vezes ainda sorrindo.

E não é por eu ser igual, fazer coisas iguais que não posso refocilar em minha hipocrisia criticando a todos nós. Já que nossa natureza é ser mental e ideologicamente contraditório. Sejamos, então. Por que não? Mas sejamos de maneira a se destacar, pelo menos a tentativa de sair da mediocridade que está sendo feita. Leia uns bons livros, aprenda a discursar, faça faculdade, saiba criticar a sociedade muito bem - mas faça isso bem o suficiente para deixar a todos boquiabertos e sem argumentos -, logo, tenha bons argumentos e quando não tiver bons argumentos saiba correr ou bater ou, privilegiadamente, comprar para que alguém assim o faça.
...Ou fuja dessa mar de merda que chamamos de sociedade civilizada. Sociedade civilizada?!?!
Basta dar um apagão para o caos se instaurar. Como se já houvesse luz elétrica durante nossa vida toda como humanos! Nós como os bons acomodados que somos ficamos em desespero ao voltarmos para o natural: a noite ser escura. E então é empurra-empurra, desespero, gritaria, violência, assaltos, MAIS hipocrisia de suas formas mais variadas... Não ligamos quem está nossa frente, se é irmão, primo, tio, mãe, Jesus Cristo, Deus, presidente Obama ou a velhinha catadora de garrafas pet da manhã de quarta, não!
Queremos chegar, queremos ir, estamos atrasadas. Típicos coelhos da Alice. Precisamos sobreviver a mais uma noite, a mais um caos. Para chegarmos em casa, ir dormir mais cedo, pois sem luz não há mais vida e depois rir com os amigos contando suas histórias no dia seguinte, na faculdade, no trabalho, no bar, sei lá. Como se na hora não estivesse no desespero e na desumanidade encarnada.

Eu juro, tento porque tento fugir desse status quo, mas ele me persegue e quer me fisgar e, com o tempo, fico sem saídas, sem métodos de fuga ou escolha. Ai, decido sobreviver. Mas isso entristece mais que a morte, pois esta não entristece tanto, querer sobreviver e cair na hipocrisia e se banhar na merda como se fosse ouro ou manjar dos deuses. Meu Deus, isso me dá náuseas, causa repugnância, exorta minha alma ao vulgar e grotesco.
Como posso me deixar levar tão facilmente por essa maré? Ela é forte, ela é esperta e não parece tão fácil vivenciando o problema, mas quando respiro, conto até 10, desarmo meu espírito dos pré-conceitos e dos dogmas sociais, vejo: é um nojo!
Não sei se é errado, não sei se é certo, não sei se é da nossa natureza ou mais artificial do que água mineral fluoretada e batata de hipermercado. Só sei que é repugnante.

E as saídas, onde estão? Terá saída realmente?
Só sei que já me enganei muito e este esta parecendo o maior de todos os enganos.

Quem será "EU" daqui 5 anos? daqui 10 anos? daqui 50 anos? Quem?
Decidi não querer pensar...


Eu vejo que desse modo irei viver sozinho para sempre, é sério. Sou um cara solitário e não consigo ser de outro modo. Quando vejo uma garota muito próxima (entenda próxima: PRÓXIMA!!) com o tempo enjôo, não exatamente dela, mas da relação, pois, já vejo muitas coisas que foram descobertas de um modo tão rápido e tudo o que sobrou de mistério parece ruim, chato e sem gosto. O ponto é que quando alguém quer conquistar tanto o outro alguém, desesperadamente lança todas suas cartas na mesa, todas suas boas coisas e só guarda as ruins, com o tempo o bom se torna ruim, e o prazer em descobrir os mistérios uma angustia. Lembro desses dois, um casal que tanto nem estava ai para descobrir sobre eles e, pelo acaso, descobri até bastante. Vejo uma inconstância, não sou contra muitas coisas que a maioria das pessoas é. Desde que quem participe esteja ciente, seguro e próximo de um contentamento, está OK.
Agora, as coisas me vêem abruptamente e se vão mais rápidas ainda. Deixam um rombo e um vazio para o vento e sujeira mental somente, não me deixam saudades exatamente, só que não adicionam muito. Pois, como ser feliz com o amor de Eros se este só me causa mal e angústia? Percebo que sou um dos poucos casos assim, mas vou mais além. As vezes, desde o início, eu não crio expectativas e mentiras, não me deixo levar pela emoção e bobagens mentais, sei bem onde vai dar, então para quê? Pois então, prefiro a solidão.
Não vou dizer que não sinto falta ou vontade de ter momentos assim, não! Sinto sim, mas quando estou neles me apercebo chateado, então já não sinto mais a mesma vontade nem a mesma falta. Logo passarão, são coisa do momento.

"Então... o que te sobra?". Já ouvi essa pergunta. Eu respondo "a solidão"! E completo, "há coisa melhor?"
Não, não há, mas é o típico sentimento que é como um instrumento difícil de tocar ou uma maquina difícil de operar: se você não sabe o que fazer com este, este só lhe causará angústia, raiva e tristeza. Por isso para que trocar de dúvidas, como fazemos com as religiões e lados políticos, se podemos viver numa dúvida maior, que é além do ócio e da aceitação, muito além dos próprios relacionamentos: o estar em si, por si, com si mesmo e bem, extremamente bem, e querendo mais. Um mais que não é preciso de ninguém para ser dado, um mais que não é preciso esperar, conquistar e lutar por ele, não. Ele está aqui, e sempre aqui, nos esperando. Mas nunca o encontramos, estamos fora de casa esperando... Conquistando... Lutando... E somos dramáticos e, não trágicos, quando não encontramos.
Agora entendo a parábola: "Você nunca encontrou Deus porque nunca esteve presente. Ele bate a sua porta mas você não está em casa, está atrás de coisas mais "importantes", achando encontrar Deus lá fora, quando ele está em sua porta, batendo!"

2 comentários:

  1. Tá uma merda esse texto.

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  2. Como eu ja te disse, deveria ter os dois, o alguém e o sozinho e sendo alterndos. ai você não se cansa. PISUDHGIADSUHGIAUP

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