quinta-feira, 13 de maio de 2010

O logro da auto-mentira.

Quer queimar uma memória? Não lembre, então, do rosto de quem lhe vem. Não, não! Não deixe que nenhum sentido seu lhe retome a memória: nem os olhos nos olhos, o toque sutil e sincero da pele fria com a quente, o sabor do beijo, os cheiro inigualáveis, e os gemidos e arfadas nos ouvidos... um do outro...

Quer queimar esta memória? Afigure-se como um ser só racional que separar os resultados das experiências e que vestia luvas grossas, roupas pesadas, venda, máscara de gás e com tampões de ouvido. Pense que as experiências passaram-se num outro corpo e que você está lendo um livro ao lembrá-las.

Eu sei, não é possível. Então simplesmente abstraia e confunda-se, misture todas as lembranças até sua memória falhar...

Um dia, a dor passará!

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